domingo, 10 de outubro de 2010

ATÉ ONDE, ATÉ QUANDO?






Entraste cambaleante pelo palco e o público tremeu receando que a cadeira te não soubesse acolher…
Escoraste-te nos amigos e nas palmas e mergulhaste no abraço da guitarra que te guiou…
Tropeçaste nas palavras mas ergueste-te seguro partilhando as tuas dores, os teus risos, os teus amores…
E os teus poemas nos levaram ao mais fundo de nós…
E as melodias que nos doaste transportaram-nos ao centro do belo, no mais alto ponto da criação…

Cambaleando contigo nos teus passos inseguros, titubeantes 

- encosta-te a mim, disse-te eu

vagueei por entre o que é torto… e o que é direito… certo e errado… o sim e o não…
                                 
                                  … procurei o equilíBRIO

… do dia e da noite… do faz e do faz-de-conta, do criador e do que mata…
… do riso e da lágrima…                  … da admiração e da pena…


E a ti rendida me perguntei:
Até onde, até quando, pode o anjo que te protege guiar-te por cordas e teclas, em acordes e ritmos certeiros, voando pela noite… do lado certo … da Arte?...



Clementina Antunes/9 Out-2010
(depois de ouvir Jorge Palma em concerto acústico)


1 comentário:

  1. Muito belo, Clementina ! Gostei muito de ler... Escreva mais...( eu, agora, ando muda, embezerrada...)
    Um abraço e boa semana !

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