Entraste cambaleante pelo palco e o público tremeu receando que a cadeira te não soubesse acolher…
Escoraste-te nos amigos e nas palmas e mergulhaste no abraço da guitarra que te guiou…
Tropeçaste nas palavras mas ergueste-te seguro partilhando as tuas dores, os teus risos, os teus amores…
E os teus poemas nos levaram ao mais fundo de nós…
E as melodias que nos doaste transportaram-nos ao centro do belo, no mais alto ponto da criação…
Cambaleando contigo nos teus passos inseguros, titubeantes
- encosta-te a mim, disse-te eu -
vagueei por entre o que é torto… e o que é direito… certo e errado… o sim e o não…
… procurei o equilíBRIO…
… do dia e da noite… do faz e do faz-de-conta, do criador e do que mata…
… do riso e da lágrima… … da admiração e da pena…
E a ti rendida me perguntei:
Até onde, até quando, pode o anjo que te protege guiar-te por cordas e teclas, em acordes e ritmos certeiros, voando pela noite… do lado certo … da Arte?...
Clementina Antunes/9 Out-2010
(depois de ouvir Jorge Palma em concerto acústico)
Muito belo, Clementina ! Gostei muito de ler... Escreva mais...( eu, agora, ando muda, embezerrada...)
ResponderEliminarUm abraço e boa semana !