sábado, 29 de maio de 2010

CANTOS POÉTICOS

foto-Tiago Grácio


não sei quando desaguaram nossos olhos
neste mesmo abismo de luz. como duas aves
únicas, impulso de asas à mesma sede.


estendeste-me depois a mão, concha
de rosas a soprar ternura a soprar desejo,
pétalas pólen orvalho espinhos. caminhos


pela orla húmida na hora das marés,
em meio das urzes, mel escoado de sol,
rentes às paredes saturadas de pêndulos.


e lentamente na lassidão da madrugada
no respirar crespúsculo na fundura da noite
ou na ausência, dizemos nosso nome amor.









maria manuel (in blog com palavras ao fundo)

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