sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

ANTÓNIO CARDOSO PINTO

o poeta é um vadio do pensamento


sonha palavras que lhe sorriem

e se escondem na curva do tempo

ele pode agarrar um pássaro

e desenhar-lhe um voo perfeito

afastando nuvens e ventos

aproximando rios e árvores


pode entrar no jogo sorrindo com as palavras

escrever menino

e correr

enganando o tempo nas asas duma borboleta


pode ainda o poeta

num extremo de sensibilidade

verter uma lágrima ao construir palavras

que reflectem o mundo da dor que também

habita o coração dessas mesmas palavras

escondidas na curva do tempo 




António Cardoso Pinto (foto-joão veríssimo)

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